Torino (III)
Era ainda o tempo do “avante, avante p’lo Benfica, que uma aura triunfante glorifica”, estrofe do primeiro hino do clube (…). Era já o tempo de Francisco Ferreira (…). Esquerdino nato, vigília fazia na intermediária, tipo lugar-tenência. (…) era alguém perfeito no domínio da posição, alguém com sonora voz de comando, alguém que lutava até à exaustão. Era um líder. Incontestado.
(…)
Ultrapassou o meio milhar de jogos, entre particulares e oficiais, rubricando 60 golos. Venceu quatro Campeonatos e seis Taças de Portugal. Com a saída de Francisco Albino, durante nove anos envergou, orgulhosamente, a braçadeira de capitão. (…) Ao serviço da Selecção, em Fevereiro de 1949, disputou um Itália-Portugal (4-1), na cidade de Génova. O comendador Novo, presidente do Torino, a melhor equipa transalpina nessa altura, ficou rendido à prestação de Francisco Ferreira. Tal como o Real Madrid, alguns anos antes, também o clube italiano solicitou os seus ofícios. (…) Quando a sua festa de homenagem começava a ganhar contornos, Francisco Ferreira telefonou ao líder do Torino, convidando o melhor conjunto europeu a participar no evento. O Benfica haveria de vencer por 4-3. (…) Poucas horas depois, o avião despenhou-se sobre a basílica de Superga, naquela que foi uma das maiores tragédias do futebol mundial.
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